mardi 16 août 2016

SAUDADES DE QUÊ?

                                NÃO OLHE PARA TRÁS! 



Tenho uma amiga que diz que o segredo para se manter jovem é nunca olhar para trás. " O passado envelhece-nos", repita constantemente. Não sei se isso é bem assim, mas o que eu acho é que o tempo não volta para trás, venha quem vier. Podemos fazê-lo na nossa cabeça, mas fisicamente nada se repete na vida, por muito que tentemos `reiterar`o que já se foi para sempre. Voltar a trás daria muito jeito em certas situações, mas tudo muda a cada instante e a roda não para. 



Mudar ninguém gosta. Estou a falar em mudança profunda, duradoura. Mas, a mudança é possível. Não me refiro àquele tipo de mudança onde restringimos os nossos impulsos negativos durante algumas horas, poucas semanas ou até meses, para logo a seguir voltarmos ao nosso velho modo de ser. Estou, pelo contrário, a falar em mudança prolongada, aquela que nos traz mais felicidade para as nossas vidas e para as vidas dos que nos rodeiam (embora, muitas vezes, parece o oposto).


Basta pensar naquela ´tisana de energia´quando nos comprometemos a fazer uma mudança de vida, um padrão típico e viciante, diria até patológico, e quando esse pico inicial se esgota, voltamos novamente a ´zerar´, à deriva e a lutar contra essas mesmas tendências com as quais estávamos até então numa luta constante.

A vida ensina-nos que existe uma receita ´tiro e queda´para essa mudança duradoura;
- Deixar o passado para trás e abrir mão das nossas características compulsivas e destrutivas, mesmo que a ´saudade´aperte.
- Comprometermo-nos a substituir esses comportamentos que não estavam a funcionar por outros ou, como se diz agora, mais proativos.
- Resistir ao desejo de obter a energia que antes gratificava o nosso monstrinho, vulgo ego, quando nos sentíamos em baixo ou num estado mais primitivo.
Em suma: Não olhar para trás.

Tal como um alcoólico  tem a árdua e eterna tarefa de resistir à bebida, nós teremos que nos ver como 'egoólicos' em recuperação, seres que precisam de desafiar incessantemente essas tentações e armadilhas do passado, para não sucumbirmos e voltarmos ao nosso velho modo de ser.

Não é simples nem fácil, por mim falo, porque o caminho mais leve é muito mais tentador e exerce sobre nós uma atração enigmática e bastante poderosa. Importa também lembrar que, ao nos desviarmos do caminho, apesar do preço alto que se paga, receberemos sempre a oportunidade de aprender com esses erros e, quiçá,  teremos - quase sempre - mais vontade de assumir um novo compromisso.

A tentação em voltar atrás é grande e eterna, mas o contrário também é muito bom e faz-nos viver. Só o que está morto não muda. Viver é isso, a salvação pelo risco, sem o qual a vida não valeria nunca a pena!

Por Yosef-José Cunha Rodrigues
Autor do Livro À Luz da Kabbalah
In ZEnEnergy - Número 84

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